Manifesto utópico da Dona Maria
Eu, Maria, utilizo termos tais como giro, bonito, belo e como tal, até o “porreiro pá” para descrever uma obra.
Eu, sonhadora Maria, numa utopia, anseio pela Cultura aberta a todos, sem clichés nem pseudo-intelectualismos onde Observador, um importante interveniente, diz o que pensa e não, por vergonha, o que lhe é imposto por um punhado de membros de elite (erudita ou não).
Num Mundo Perfeito, toda a gente, de todas camadas sociais, estaria receptiva a algo novo, mesmo que não percebesse: seria inquiridor, questionaria e sem reservas, perguntaria o significado de algo.
Numa Sociedade Artística que se quer actual, virada para o século XXI, os artistas nacionais já não utilizariam chavões do século passado tais como “buscar novas realidades”, “retirar a imagem, libertando o espectador”, o “conceito na arte implícita na ausência de formas” - será que ainda se justificam as telas brancas que proliferam por aí? Ao fim de mais de 60 anos?
»Maria.
Informação extra
Desenho de António Maria Lisboa - 1949.