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smobile

conceitos sob o ponto de vista do observador

smobile

conceitos sob o ponto de vista do observador

Na Serra da Estrela, de madrugada.

Assistir a um nascer do sol na Serra da Estrela é algo que me custa em traduzir em palavras, correndo o risco de cair em clichés e redundâncias.

 

Assistir a um nascer do sol na Serra da Estrela é ver uma vastidão de terra que aos poucos sai da penumbra, e ver como os penedos se erguem como grandes guerreiros e que a escuridão que se recolhe, deixa a descoberto.

 

 

E depois vem o vento, aquela nortada que nos recorda que para ali sermos bem-vindos temos de com ele medir forças.

 

E ele ri, em coro com os meus companheiros, atirando os meus cabelos ao rosto enquanto me empurra e me faz deslizar sobre o gelo, como se fosse uma barra de manteiga sobre uma bancada quente.

 

 

E o frio?

Esse, depois da marca que nos deixa no rosto e nas mão petrificadas, desaparece no calor do campo de batalha em que se transforma o manto branco.

 

Uma batalha que desponta graças ao arremesso nada descuidado de uma bola de água gelada.

 

A todos os Zés Ninguéns do mundo

Se não fosses tão medíocre, grande cientista do século XX, terias achado maneira de servir não a consciência nacional, mas uma consciência internacional que pudesse para sempre impedir a utilização de bombas atómicas; ou, se tal fosse impossível, terias exercido toda a tua influência, por meio de palavras inequívocas, para que nem sequer fossem construídas. (...) E prometeste contudo a todos os Zés Ninguéns do mundo que a tua energia atómica seria a cura do seu cancro ou do seu reumatismo, sabendo perfeitamente que tal no seria jamais possível, e que tinhas entre mãos as bases de uma arma criminosa.

in REICH, Wilhelm, Escuta Zé Ninguém!, Lisboa, Publicações Dom Quixote, 1976, p. 104.

Arisarum simorrhinum. Saúde!

Não sei o que alterou, mas sob um frondoso manto de trevos que eu furiosamente retirava na tentativa de salvar o que restava do canteirinho de espinafres, eis que me deparo com uma plantinha que, na falta de melhor descrição, era esquisita.

 

Valeu-me a equipa do Dias Com Árvores, que gentilmente acedeu à minha abordagem atabalhoada. Não se trata de uma orquídea mas:

"uma planta da família dos jarros, espontânea em Portugal, que é conhecida como capuz-de-frade ou candeias. O nome científico é Arisarum simorrhinum. As flores (ou, melhor, as inflorescências), apesar de muito bonitas e peculiares, são bastante discretas por causa da sua pequenez" (...), uma "planta frequente de norte a sul do país."

 

Fotografias e o mapa de distribuição desta planta podem ser consultadas no portal Flora-On.

 

 

Resultado, ao tentar proteger este capuz-de-frade, por este andar, jamais algo vingará no meu espaço para além de uma grande miscelânea de plantas bravias...

IX Desfile da Máscara Ibérica

Mais uma moeda, mais uma voltinha: aproxima-se a data do IX Desfile da Máscara Ibérica.

De 8 a 11 de Maio, a Baixa Pombalina irá ser mais uma vez invadida pelos seres das Serras e das Montanhas: barulhentos, coloridos, por vezes muito  agarradiços, outros solenes e intimidantes tais como os Boes e Merdules, Ottana de Sardenha.

 

Ainda não está disponibilizada a listagem final dos participantes, mas este dia está já reservado na agenda.

 

 

Informação adicional, AQUI

oh l'amour

- Mas penso que não me terá amado, pois prendeu-me com um sorriso fácil e desapareceu em seguida sem uma palavra. Como o orvalho à luz pálida do amanhecer.

in ROTHFUSS, Patrick, O Medo do Homem Sábio - I, Alfragide, 1001 Mundos, Edições Asa, 2011, p. 629.

 

 

Compre, por sua conta e risco

O meu cabelo está tão seco, tão rebelde. O que pode uma rapariga fazer? Nada mais simples do que usar o amaciador cremoso Ubik. Em apenas cinco dias vai descobrir que o seu cabelo tem mais volume e mais brilho. E a laca Ubik, quando usada conforme indicado, é perfeitamente segura.

in DICK, Philip K., Entre dois mundos, Lisboa, Editorial Presença, 2003, p. 108.

 

Independentemente das demais interpretações que oscilam entre a morte e a existência, para mim, é um livro estranho repleto de exemplos de capitalismo selvagem, onde abrir a porta de um frigorifico ou a porta da rua tem um custo de 50 cêntimos e onde muito se fala no insurgimento contra o sistema, mas nada sucede.

 

Portanto, muito actual.

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