O que me fascina viajar é obviamente o que vem relatado nos escritos de viagens: a aventura e o estímulo aos nossos sentidos e cérebro com algo diferente. Leio entusiastas relatos masculinos.
Tara Borton, uma das poucas verdadeiras aventureiras femininas, condensa neste texto tudo o que sinto.
If being a woman traveler has taught me anything, it is that the freedom to have an adventure, to have the adventures one chooses, is illusory. It is a privilege denied me, but it is a privilege all the same: the assumption that I have the right to impose myself, my story, my thoughts upon a place. If I could magically change my gender, just while traveling — like the Gertrude Bell of old, who often traveled dressed as a man — it would certainly make things easier for me. But I know, deep down, that it would also mean unlearning the lessons that I, as a specifically female travel writer, have learned from my own experience. (...)
Como ela expôs, nas minhas incursões inciais e que de modo algum poderão ser comparáveis com as "verdadeiras aventuras de viajantes", senti revolta, depois um misto de desilusão e frustração. No entanto, adaptei-me e aprendi a explorar o que estava ao meu singelo alcance.
Mas ao contrário de Tara, a aventureira e viajante profissional, admito que sou cagarolas e a minha exigência de conforto e segurança elevadas, sendo que os meus passeios quase anedóticos perante Tara ou qualquer outro viajante que calcorreie o Mundo, conseguem ainda assim causar aguma estranheza quando relatados na primeira voz e em modo "all alone".
Yet such a dismissal is part of the problem. The experiences of women – the experiences women have access to – cannot be considered a mere footnote to the “real story”: the stories of men who travel, who meet and speak to and drink raki or chacha with other men. It may not be Fermor’s story, but it is no less valid for being mine.
in Dangers of Traveling While Female, Alternet.org
Sejam felizes. Este é o mote da moda.
Assim sendo, aprendi a sorrir quando me fazem sentir uma pessoa esquisita perante a pergunta da praxe "E não tens medo?", ainda que em causa esteja um mero percurso de carro(!) de 250 km (e algumas paragens) e a ser feliz com o que vou alcançando... com muito planeamento.