Para além da cerveja e da sardinha assada.
O Santo António, ou Fernando Martins, nome de baptismo, será um dos santos mais humanizados do cristianismo.
A ele são atribuídos milagres, mas é a relação que o popular desenvolve em torno da sua imagem que prevalece no imaginário.
Veja-se o caso de quando o Santo não atende a um pedido. Como represália, o crente vira o rosto da imagem para a parede.
Em qualquer igreja de um qualquer local longínquo, a imagem deste santo pode ser encontrada, mesmo que num pequeno recanto, à entrada do templo.
Em terras estrangeiras, sentimo-nos como se víssemos uma bandeirinha ou matrícula Portuguesa.
Também os intelectuais e artistas se rendem volta e meia a este carismático santo ou pelo menos, à força que em torno de si gravita. Refira-se o expressionista Mário Eloy ou Fernando Pessoa, este último nascido na data de comemoração do santo.
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@ Igreja de Santo António, Lisboa.
No que se refere à iconografia, como curiosidade, o Menino Jesus apenas a si se junta a partir do século XVII, sentado sobre o livro, "símbolo do pensamento e da sabedoria, o elemento mais estável e importante da iconografia antoniana, contrapondo-se ao lírio da pureza, ao saco de esmolas, ou à cruz ligada ainda a São Vicente e a Coimbra." in BRITO, António Fialho de, "Lisboa de Santo António", IPM, 1996, p. 22.