Oups. That's all we know.
Hoje os servidores estão a abarrotar pelas costuras. Erros atrás de erros.
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Hoje os servidores estão a abarrotar pelas costuras. Erros atrás de erros.
"Falei da inutilidade da Arte mas esqueci-me de reconhecer as consolações que ela proporciona. O alívio que deriva do género de trabalho que produzo com o cérebro e coração reside nisto: só no silêncio activo do pintor ou do escritor é que a realidade pode ser reelaborada e revelada no seu aspecto verdadeiramente significativo."
in DURREL, Lawrence, Justine, Lisboa, Ulisseia, 1973, p. 14.
durante...
e depois...
de revistada pela polícia.
Com tanta risota (das cócegas), foi um milagre não terem solicitado um teste para despiste de droga.
As instituições e agentes culturais Portugueses, mais do que nunca, debatem-se com os seus parcos recursos financeiros, principalmente perante uma política generalizada que suporta a Cultura desde que esta se enquadre no âmbito do turismo.
Ainda que já se tenha percebido em Portugal que a bilheteira de grandes núcleos museológicos Portugueses (refiro-me ao MNAA ou dos Castelo de São Jorge), apenas cobre, na melhor das hipóteses 1/5 a 1/4 dos custos, continua-se a insistir na política das entradas pagas em detrimento de estratégias que timidamente têm sido implementadas (eventos, cafetaria e loja) para captação e fidelização de público.
Estas estratégias, nem de perto nem de longe têm o sucesso desejável. Compreende-se o porquê: incompreensão do circuito dos visitantes dentro do edifício (posição das lojas e cafetarias), abertura de museus à noite pouco atractiva, são dois dos aspectos.
Deixo a nota que os grandes museus londrinos são suportados Oficialmente entre 30% a 50% e que as suas lojas geram valores na ordem dos milhões de libras em receita. Compreende-se o porquê: uma reflexão cuidada e continuada sobre os hábitos de consumo e circulação pelo espaço pelos visitantes é feita.
De notar que os grandes museus parisienses são suportados Oficialmente entre 60% a 100%.
Victoria and Albert Museum, é um museu de tradição pedagógica, tem corredores e corredores de objectos empilhados, e é gratuito. Com uma exposição permanente que apenas a um grupo específico interessa, pela leitura da sua descrição, poderia ser considerado mofento.
Mas não é.
1) O hall de entrada, todas as Sextas-feiras, transforma-se em "Friday Night Party", com um DJ convidado. Nesta, dança-se ao som de jazz e bossa nova, tendo como pano de fundo as alas medievais e renascentistas. Uma pequena cafetaria dá apoio à mesa de cocktais.
2) Descontraídos pelos "aperitivos", quem consegue resistir às luzes e brilhos ofuscantes da ampla loja, que se estende pelo corredor de ligação. A par, sedutores cartazes anunciam uma exposição "mainstream": Holywood Costume. Esta, paga.
3) Completamente inebriados pelas luxuosas vestes das estrelas de cinema, a saída desemboca numa loja mais pequena, apenas dedicada à exposição: catálogos, livros sobre cinema/actores/fotografia, máscaras, bijutaria da MarylMoore, etc., etc.
4) A saída do edifício, a mais convidativa, faz-se novamente pela loja principal e hall, onde a festa continua a decorrer.
Conclusões:
Enquanto que os espaços acima mencionados fervilhavam de vida, nas outras alas escutava-se um alfinete a cair. Aqui, o museu como espaço sacralizado coabita com um festival de cor, "fashionable", onde todas as armas são válidas para agradar o visitante e, claro, para o consumo - relembro da entrada paga para a exposição temporária.
Esta estratégia pode não trazer novo público à sua exposição permanente (e gratuita), mas traz (novos) "clientes" e fideliza-os para que a missão primária possa continuar: a educação. Trata-se de uma dualidade que não interferere com a génese contemplativa do museu.
É a verdadeira percepção e aplicação do poder da venda de uma experiência e de introduzir um espaço museológico na vivência quotidiana das pessoas.
Há tempos li um slogan na internet de que as pessoas não querem gadgets, querem serviços. Esta frase resume bem a nossa época.
Outra intromissão neste espaço clássico, é a apresentação de pequenas exposições temáticas, tais como sobre o Rock and Roll britânico, paredes meias com as grandes produções cénicas. Com música a condizer, para um verdadeiro descanso mental.
Também alas estão fechadas para eventos privados, demonstrando a existência de uma política de aluguer coorporativo. Outros espaços privilegiados são reservados para o que nós designamos "Amigos do Museu" ou para lançamento de livros com assistência restrita.
Pensando no amado Museu Nacional de Arte Antiga, bem vistas as coisas, continua muito elitista.