"Na hermenêutica de Gadamer trata-se fundamentalmente de compreender o que nos acontece, como sujeitos do mundo."
in Maria Teresa Cruz, “Arte e Experiência Estética”, AAVV, “Percepção Estética e Públicos da Cultura”, Lisboa, ACARTE - Fundação Calouste Gulbenkian, 1992, p. 56.
Há quem diga que as conversas são como os tremoços. Mas não somente as conversas...
Hermenêutica? Porque carga de água este Gadamer é chamado agora ao barulho? Argh!
"O preconceito é, pois, um factor positivo e não negativo. Esta reabilitação do preconceito e do carácter "preconceituoso" da compreensão (o círculo hermenêutico de Heidegger) levou Gadamer a criticar o Iluminismo, que, ao sonhar com um conhecimento totalmente desinteressado, conduziu ao moderno "preconceito contra o preconceito" e, portanto, à desvalorização do preconceito, da tradição e da autoridade vistos conjuntamente como o oposto da Razão. (...)"
"Para Gadamer, os preconceitos criativos, que se opõem aos preconceitos efémeros e deformadores, são os que surgem da tradição e que nos colocam em contacto com a tradição. A autoridade da própria tradição, ligada à nossa auto-reflexão permanente, determina quais dos nossos preconceitos são legítimos, e quais dos nossos preconceitos não são legítimos. Por conseguinte, os preconceitos não constituem obstáculos à verdadeira compreensão do mundo, mas possibilitam o seu conhecimento, retirando do texto ou do fragmento de realidade tudo aquilo que tem apenas uma significação passageira e efémera. (...)"
In CyberCultura
Que linda estou, a patinar...
"A Hermenêutica, que na sua fase pré-filosófica servia não interesses puramente cognitivos mas prático-normativos, era uma forma de compreensão suscitada por motivos concretos de autocompreensão, orientação e relacionação no mundo reconcilia-se a partir de agora com a lógica e metodologia da ciência anónima e universal."
in Maria Luísa Portocarrero F. Silva, "Retórica e apropriação na Hermenêutica de Gadamer", "Revista Filosófica de Coimbra", n.º 5 - vol. 3, 1994, p.98
"E toda esta evolução da Hermenêutica pautada pelo critério da repetibilidade do moderno conceito de experiência, tem importantes consequências: (...)", submetem-se à "(...) estrita disciplina do ideal metódico da época moderna (...)", em detrimento do romantismo e historicismo. Idem, p.101
(A experiência) - "cultivada não por desejo de saber ou ânsia de poder, mas no "modo humano de ser, com outros, a acção prática, regulada pela facticidade das convenções, valores e costumes comuns (ethos) compreendidos e compartilhados por todos - como o horizonte que permite a cada um escolher e decidir não arbitrariamente mas a partir do que realmente o vincula ao outro.Idem, p.101
Ah, *suspiro*, já percebi, já percebi.
Novamente no carreiro...
Tremo ao imaginar os futuros e-books, pejados de links como complemento(?): afogamento em informação, terá todo um novo sentido.
Informação adicional:
- Esbozos sobre la hermenéutica de Gadamer