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smobile

conceitos sob o ponto de vista do observador

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conceitos sob o ponto de vista do observador

Os problemas são como pipocas quando a vontade é pouca

 

A Ministra da Cultura, Maria Gabriela Canavilhas, pegou numa colher e começou a agitar as águas com o intuito de conseguir uma solução para os livros que são destruídos pelas editoras.

 

A questão não se encontra de todo serenada e receio que os problemas irão surgir como pipocas - infelizmente, quando se lida com dinheiro, há sempre muitos "mas" e "e se".

Não deixa no entanto ser uma boa notícia a vontade para acabar com esta destruição maciça.

 

 

 

Talvez devido ao facto de simpatizar com a nossa Ministra e da minha inocente fé, deixo antes uma visão, que ao contrário da minha, é pessimista ainda que me custe a admitir, muito realista:

 

Eu desejo todo o sucesso a Gabriela Canavilhas para conseguir conciliar todos os interesses em causa, pois já ouvi o Presidente da Sociedade Portuguesa de Autores (SPA) a dizer que tinham que ser salvaguardadas também as percentagens que respeitam aos direitos de autor.

 

Ora, se os livros destruídos não pagam IVA nem direitos de autor, os livros doados vão ficar isentos de IVA mas ficarão sujeitos ao pagamento dos direitos de autor como se tivessem sido vendidos nas livrarias?

 

Não sei como a Ministra vai conseguir resolver esta questão, mas ficou ainda mais claro por que é que a destruição de livros se mostrou o caminho mais fácil quando as partes interessadas não se conseguem entender.

E depois mostram-se chocadíssimos!

 

in Restolhando

 

 

O cheiro da carraça - o título que gostaria que o livro tivesse

"De facto, os homens podiam fechar os olhos ante a grandiosidade, ante o louvor, ante a beleza e fechar os ouvidos a melodias ou palavras lisonjeiras. Não podiam, no entanto, furtar-se ao odor, dado que o odor era irmão da respiração. Penetrava nos homens em simultâneo com ela; não podiam erguer-lhe obstáculos, caso lhes interessasse viver.

 

E o odor penetrava directamente neles até ao coração e ali tomava decisões sobre a simpatia e o desprezo, a repugnância e o desejo, o amor e o ódio. Quem controlava os odores, controlava o coração dos homens."


SUSKIND, Patrick, "O Perfume - História de um Assassino", Barcarena,

Editorial Presença, 2006, p. 171



Admito que desde que li "Como a Arte antecipa a Ciência - Proust era um Neurocientista", o cérebro como tema, está a tornar-se uma obsessão para mim.


Cada vez mais verifico que tudo o que seja relacionado com o não palpável no ser humano (as emoções, a razão de determinada resposta perante o outro, como reagimos ao nosso redor, e mais importante, a noção de alma, do consciente e do "Eu") não passará do resultado do modo como o nosso cérebro assimila a informação em que as nossas extremidades tropeçam - aparentemente, em papel de destaque, o nariz, que nos brinda com olfacto.

Numa visão muito pouco romântica, tudo não passa de reacções químicas,  descargas eléctricas, processamentos, descargas eléctricas e mais reacções químicas.

 

 

Acredito que o romance "Perfume" somente conseguiu captar a minha atenção graças à minha leitura prévia do acima mencionado livro:  o modo como expõe o tema do odor, de modo por vezes rebuscado, acabou por ser bem aceite pelo meu sub-consciente.

 

A história no entanto resume-se a isto: um homem de infância dificil torna-se num psicopata porque pretende tornar-se num ser humano.

 

"Perfume" será um nome mais bonito, mas na verdade, o livro deveria chamar-se "odor(es)", pois é disso que ele trata. No extremo, "O Cheiro da carraça" (um mestre de nariz sensivel que teima em não morrer).  {#emotions_dlg.wasted}

Encerramento da Biblioteca Nacional e a falta de bom senso

A total ausência de responsabilidade e de escrúpulos nas decisões públicas não pára de me surpreender.

Ao fim de tanto pedido, aparentemente o encerramento total (e não faseado como defendido) da Biblioteca Nacional continua nas agendas.

 

Antes de mais, há que perceber que quem mendiga encarecidamente o seu não encerramento, não o faz porque quer ir ler um livro para passar o tempo.

Estão em causa teses, prazos perante entidades empregadoras, pesquisas e no extremo os próprios empregos (se não existir entrega dos artigos, não existirá remuneração).

 

Este assunto está a (tentar) ser discutido no Parlamento, mas a surdez é mais que muita.

 

 

A petição encontra-se online e um email circula. Passo-o a transcrever.

Neste explica:

- o porquê da urgência de manter as portas abertas;

- como tal situação pode ser coordenada;

- como pode ser mantida a segurança;

- o local onde instalar provisóriamente os investigadores e as obras;

- o facto de as obras públicas NUNCA respeitarem prazos.

 

Basta existir boa vontade e o sentimento de "querer".

 

Se a 30 Junho, às 17:20 conseguiram disponibilizar em DR a alteração do IVA para entrar em vigor a 1 de Julho, porque razão não é possível uma acção coordenada de esforço humano?

 

 

Acredito que a Ministra da Cultura será sensível a esta situação que passou ao lado dos seus assessores.

 

 

 

***

 

"Todos entendemos que estas obras na BN são necessárias.
Está a ser ampliada a torre dos depósitos, construídas novas salas  e serão feitas obras importantes de remodelação na torre antiga, nos depósitos antigos, digamos assim.
Por exemplo, vão mudar toda a parte eléctrica e terão que partir a coluna do edifício, rebentar paredes para instalar cablagens, etc.

Sabemos que a Biblioteca Nacional não tem um depósito exterior, como por exemplo a British Library, para onde pudessem ser enviados os livros que estão na dita torre e que terão que ser retirados.
Esta última obra implicará, por isso, a transferência dos livros da torre para a sala de leitura geral, onde ficarão armazenados até a intervenção estar concluída.

Contudo, uma Biblioteca Nacional presta um serviço público e não pode fechar totalmente a principal sala e os seus depósitos, ou seja mais de 3.000.000 de livros, durante cerca de 10 meses. Para além disso, nada nos garante que o fecho não se possa prolongar.

Segundo um funcionário que está na BN há muitos anos cerca de 40% dos tais 3.000.000 de livros não existem noutras bibliotecas de Lisboa.
Uma parte não existe em mais biblioteca nenhuma do país. Ou seja, não se podem sequer consultar na Biblioteca da Universidade de Coimbra, ou
na Biblioteca Pública do Porto ou de Évora.

 

O mais difícil será com as obras anteriores ao depósito legal (que salvo erro foi criado em 1918, durante o Sidonismo) e com os periódicos anteriores a 1910-1920. Quem trabalha séculos XVIII e XIX será bastante afectado. Mesmo quem trabalha períodos anteriores vai ter muitos problemas pois há inúmeras obras dos séculos XVI e XVII que estão no fundo da sala de leitura geral e não nos reservados.

A investigação não pode parar durante 10 meses. Há compromissos, teses, projectos e prazos a cumprir.

Sabendo que há pisos que tem mais pedidos (salvo erro o 3.º, 4.º e 5.º) e pisos com menos leitores, a obra e o encerramento deveriam ser faseados. O período de fecho destes pisos com mais leitores também deveria ser por um período menor que os 10 meses anunciados.

Há maneiras de resolver a situação.

A BN podia restringir a consulta durante um certo período, autorizando apenas investigadores com teses em andamento ou projectos de investigação em execução, ampliando ao mesmo tempo os prazos de resposta aos pedidos destes leitores. Por exemplo, passaríamos a ter que esperar mais tempo pelos livros e a instituição, para controlar e restringir o acesso, podia exigir um documento das universidades ou dos orientadores sustentando a necessidade da consulta. Mas ao mesmo tempo haveria a garantia de que quem de facto precisasse das obras nunca ficaria privado da sua consulta.


A BN tem espaços onde podia instalar uma pequena sala de leitura. Por exemplo, podia-se improvisar uma sala de leitura na antiga sala onde até há 2 anos funcionaram os periódicos. Este espaço está agora fechado e não tem qualquer uso.

 

É uma questão de bom senso."

 

 

Jorge Barbi - 41º 52' 59'' latitude N / 8º 51' 12'' longitude O

Até dia 11 de Julho (na CAM - FCG), Lisboa) está aberta ao público uma exposição de um artista plástico com um sentido de humor peculiar: o galego Jorge Barbi.

Apesar de odiar as suas fotografias alteradas no photoshop, o certo é que apresenta umas outras tantas, dignas de serem apreciadas. São momentos turísticos, curiosos, corriqueiros ou solenes, tudo dos seus passeios pelo mundo.

Com esta ressalva, esta exposição é a não perder.

Porquê?

Que mais não seja, porque tem peças deliciosamente divertidas. {#emotions_dlg.smile}
- Ai e agora? Se os puritanos defendem a máxima de que a Arte só é Arte se for séria e cinzenta! "Abaixo a cultura de massas!"

No primeiro piso, procurem esta peça: "Summertime".
Há primeira vista, nada mais é que uma fotografia idilica. Isto até colocarem o nariz em cima da imagem e aí, nada há a fazer!

 

Muito se pode dizer sobre a variedade de temas abordados por Jorge Barbi nesta exposição, tudo tendo para agradar a todos os gostos.

 

 

 

 

 

Link do vídeo

 

 

Informação adicional:

- FCG - CAM, Lisboa

- entrada gratuíta ao Domingo.

 

# Proteja e respeite as obras, NÃO utilize o flash.

Ir à praia é...

1. estender a toalha na praia semi-deserta;

2. besuntarmos-nos em creme;

3. jogar "às raquetes"

4. ler entre chapéus de sol silenciosos, dado os seus ocupantes se dedicarem também à leitura (revistas, jornais, livros, jogos de playstation) - ou simplesmente porque não falam para a plateia;

 

5. fazer montes de areia e pomposamente chama-los de Castelo;

6. rebolar na areia até parecermos um croquete;

7. fazer frente à rebentação e quase perder o fato de banho no processo;

8. estarmos rodeados de desnudados surfistas ao ponto de ser constrangedor mesmo para uma Lady de certa idade, como moi mêmê;

9. comer um bola de berlim com creme;

 

10. iniciar o regresso, acompanhando uns outros tantos punhados, perante a primeira vaga de ensurdecedores banhistas que comentam a "night" com fulana tal, que dissertam pormenorizadamente sobre o bikini que compraram na Beneton ou famílias imensas que mais lembram uma colónia de pinguins.

11. estar numa esplanada a comer pãozinho tostado com doce de tomate.

 

No fundo, no fundo, eu gosto do Verão.

As mulheres abortam muitas vezes porque sofrem do Milagre da Anunciação

O que eu acho interessante no entrevistado é que parte do principio de que todas as mulheres sofrem do milagre da Virgem Maria: eles engravidam sózinhas.

 

Pelo menos é isso que depreendo pelas barbaridades regurgitadas.

 

Só isso justifica a responsabilização dada pelo entrevistado maria josé nogueira pinto (um discurso comum a muitas outras vozes, nomeadamente nos parlamentos e partidos): ou é irresponsável ou sofre de problemas psíquicos.

 

O Homem neste processo ou é um coitado que não tem voto na matéria (então que essas vozes masculinas se calem de vez - sejam coerentes por favor), ou então eu posso ser vitima de gravidez espontânea. Interessante.

 

 

O resumo: AQUI

 

Mas leiam na integral e acompanhem a discussão pelos "entendidos".