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smobile

conceitos sob o ponto de vista do observador

smobile

conceitos sob o ponto de vista do observador

Lido por aí

Acabo de tropeçar nisto (por aqui) e é com profundo espanto que observo um crítico de literatura a ter um colapso, um ataque histérico.

Edward Champion (New York-based free-lance writer) teria acabado de ler "The Kindly Ones" por Jonathan Littell: um livro tão mau, mas tão mau, que por pouco lhe provocara um AVC.

 

Depois do caos lançado e o review feito no Sun Times, (no passado 29 de Março), aqui, Edward explica que nenhuma das suas críticas são tomadas de animo leve, pois leva em conta todo o trabalho (bom ou mau) de alguém. Surpreende-se contudo com o facto de este livro apresentar tamanha aceitação em França.

 

Existem vozes discordantes que tentam fazer uma outra leitura, do que alguns consideram uma novela pornográfica nazi:

 

"(...) Mass executions and burials; incest fantasies and brutal concentration camp scenes. The historical detail is extraordinary, and the five years research by the author has been highly commended by military experts. But all the time you ask yourself "what is this book for? What did Littell write it for? And what am I reading it for, when some of it is so incredibly disgusting?"

This is particularly true of the graphic sexual content which has done the most to inflame reviewers, leading some to label it nazi porn. (...)"

 

Mas nesta review há algo que desperta a atençaõ: "I ended up with only strange, uncomfortable questions."

 

Terá Jonathan Littell realmente querido tocar em algumas feridas ou será somente uma especulação, o mero uso da violência e a atitude-choque para fins comerciais?

Inclino-me para a segunda opção dado que também esta novela alia uma outra característica  nefasta tão comum nos nossos dias: o livro a metro/ a quilo.

Pelo panorama actual nas nossas livrarias, temo que os escritores desconheçam o conceito  de "capacidade de sintese". Todos querem ser o novo Tolstoi ou o novo Eça.

Não há pachorra, irra!

Hokusai vs Hiroshige: a cábula

 

Sabia que Hiroshige foi tão ou mais importante que Hokusai?

Noop, não fazia ideia até vislumbrar uma recente edição do "Sr. Tashen" que novamente me explica por A+B o porquê das coisas.

 

Ao contrário do que nos é ensinado e/ou dito, por detrás da influência japonesa no mundo ocidental no final do século XIX não se encontra somente Hokusai com a sua onda gigante.

Hiroshige foi um grande marco nessa época, tanto na Europa como no seu país, o Japão.

 

Algumas curiosidades a reter sobre Hiroshige e ideias para perceber o contexto:

- influencia-se de modelos europeus;
- as suas caricaturas são consideradas as percursoras da manga;
- o seu papel na Arte Europeia  e no desenvolvimento da técnica da estampa equipara-se a Hokusai;
- o gosto japonês surge numa Europa em convulsão: industrialização e a introdução so conceito de cultura de massas;
- Hiroshige mostra o que os artistas europeus procuravam, "uma nova forma de ver o mundo e novos métodos de interpretação da realidade" (p.85-86);

 

- VanGogh copiou inúmeras estampas deste artista japonês. No seu entusiasmo  preenchia as margens das suas estampas com caracteres inventados;
- entre os entusiastas artistas encontravam-se Whistler (o mesmo focado no filme do Mr. Bean), Manet e Claude Monet (conta-se que este último chegara a cobrir o interior de sua casa com estampas e transformado o seu jardim ao gosto japonês);
- Mary Mcneill Fernollosq (mulher do historiador de arte Ernest Fenollosa) identificou em 1901 Hiroshige como "o artista da neblina, da neve e da chuva" (p.91);

 

- Hiroshige, filho de samurais de nome Ando, nasceu em 1797 em Edo;
- as "53 Estações de Tokaido", que podem ser apreciadas na Gulbenkien (Lisboa), foram realizadas em 1832, dois anos depois das "36 vistas do Monte Fuji" de Hokusai;
- considera-se que a sua serie de "grandes peixes" se deverá a uma directa influência ocidental: acesso às enciclopédias zoológicas e o conceito de natureza morte inexistente na tradição da pintura Japonesa;
- no final da década de 1820 é introduzido no Japão o azul-da-prússia: beroai (azul Berlim).

# SCHLOMBS, Adele, "Hiroshige", Taschen, 2009.

 

Estas estampas, além de belas, mostram a grande perícia destes artífices: todas as nuances são conseguidas através da colocação de camadas de cor e pressão sobre as placas de madeira (recorrem à própria textura da madeira para animar a composição). Nunca é utilizado qualquer outro utensílio, como p.ex. o pincel.

 

Bastantes imagens da obra de Hiroshige, AQUI.

     

Barba de Judeu

 

Aos que gostam de macros, encontra-se aberta a "guerra" às mesmas.

Por pouco mais de 1,60Eur, a Estufa Fria no Parque Eduardo 7º em Lisboa, apresenta-nos uma paleta cromática de cor bonita mas por vezes berrante - nada "simpático" para uma câmara: aqueles rosas são capaz de cegar qualquer um.

É certo que o espaço necessita de ser melhorado e algumas zonas de profunda intervenção mas ainda assim é digno de uma visita cuidada.

 

Para aqueles que não consideram o motivo floral razão suficiente para uma visita, existe a possibilidade de um outro tipo de fotografia: a de enquadramento.

 

Para uma completa experiência zen sugiro que, num dia (ou hora) de pouca afluência, vão munidos de: uma leitura, de um snack, um agasalho e que o vosso spot seja cuidadosamente escolhido, sem pressas.

O MP3 não é obrigatório.

Wall and Piece

Há intervencionistas cuja obra eu aprecio bastante e há intervencionistas de cuja obra eu realmente adoro.
Na primeira situação estão os "nossos" MinimalAnimal e Skran, já na segunda está o internacionalmente reconhecido Banksy.
Ambos utilizam maioritariamente o stencil e a pintura mural.

 

Pode dizer-se que Bansky está na moda. Existe uma palpável razão para tal ao consultar o catálogo "Bansky - Wall and Piece", Century edition, 2006.

Ao abrir a pagina do copyright, algo prova não estarmos perante um livro com um conteúdo tradicional o que nos obriga a sorrir perante tal ousadia:

"Copyright is for losers".

Por ser um tema "delicado", os editores jogam pelo seguro:

"Note from the publisher: This book contains the creative/ artistic element of graffiti art

and is not meant to encourage or induce graffiti where it is illegal or inappropriate."

 

 

 

Nesta recolha fotográfica vemos as mais variadas intervenções muitas confundindo-se com arte moderna, contemporânea, antiga... ou mera brincadeira.
Nada está a salvo na (e da) sua mente: as suas intervenções em Museus de renome despertam gargalhadas, ódios, seguidores e protecção das próprias instituições alvo.
E é hilariante ver quanto tempo durou a sua "brincadeira" até as entidades darem por ela e claro, de imediato a iliminarem/ retirarem.
Mas a ideia é mesmo essa.

 

 

É também intervencionista social: questiona até que ponto é legítima a vigilância permanente na cidade londrina ou até que ponto é (i)legítima a posição de Israel.
 

Apresenta um enorme sentido de humor quando o seu trabalho é intelectualizado por outros.

"I'd been painting rats for three years before someone said "that's clever it's an anagram of art" and I had to pretend I'd know all along".

A meu ver, Bansky neste momento personifica todo o ideal por detrás do que consiste um graffiter (ou alguém do género): uma utópica mente que pretende mudar o mundo - mesmo que esse mundo seja tão somente o seu bairro.
Acredito ser este imaginário que atrai tanta gente levando-a iniciar-se nesta Arte urbana e/ou a defende-la.

 

Temo no entanto que a realidade seja bem diferente no que respeita a estes "espíritos livres".
One of a kind.

 


"The time of getting fame for your name on its own is over. (...) Fame is a by-product of doing something else.
You don't go to a restaurant and order a meal because you want to have a shit
."

"Bansky - Wall and Piece", Century edition, 2006.

O homem-árvore

E pronto, lá foi tudo tristíssimo para casa com a viola no saco.

Notícia AQUI.

 

Agora os senhores do ABC News ,CNB e uma infindável listagem de jornais mais credíveis, tenham calma 'tá?

Parem lá de espantar a manada só com um belo texto telegrama, que isso eu também sei fazer.

 

A fonte da notícia é o "Komsomolskaya Pravda". Não deve ser confundido com outras fontes russas como o Pravda ou mesmo o Pravda Online, com histórias sobre discos voadores de Saddam Hussein, mas o KP é sim um tablóide. A história poderia ser completamente inventada, ou no mínimo, imprecisa. Não consegui localizar a notícia reproduzida no sítio do KP, a fonte mais próxima é a versão em inglês no MosNews.

Eu que sou uma chata e não dou ponto sem nó, também re-confirmei o re-confirmado

e as peças já juntam melhor: inalação de objectos. 

Só gente doida, irra.

Viva o tradutor Google.

só podem estar a gozar...

Acabo de ouvir na rádio uma estapafúrdia notícia. Vindo de quem foi (Mega FM) lá lancei um grandioso ar de desdém.

 

Um jovem russo entrou de urgência no bloco operatório com dores no peito e a cuspir sangue.

Os médicos, acreditando tratar-se de um caso de cancro ficaram surpreendidos ao ver que uma pequena árvore se desenvolvia no pulmão deste jovem.

Segundo teoria, o jovem terá inspirado uma pequena semente e esta terá germinado dentro do seu corpo.

Numa rápida pesquisa, lá tropecei na notícia (?) AQUI.

 

Alguém anda a ver muito Fringe e olhem que não sou eu.

Isto é algo que merece alguma atenção e com tempo hei-de descobrir de onde vem este novo mito.

 

The Jazz Mess

Tha Box dá-nos a conhecer Yuji Ohno.

Ao ouvir os dois clipes, a sonoridade é-me alarmantemente familiar.
Eis a razão lá apresentada como "curiosidade": Yuji Ohno é irmão de Yoko Kano, a responsável pela estonteante banda sonora de Cowboy Bebop, que oiço em repeat desde que este anime de alto gabarito me foi dado a conhecer pela na Sic Radial (no tempo em que a SR tinha como objectivo trazer algo de novo e não embrutecer os seus jovens espectadores).


Tha Box que me perdoe, mas pouca coisa bate este Bad Dog no Biscuits - Seatbelts (Live).

E o Lupin The Third ‘78(ao vivo) de Yuji Ohjo não será uma delas - a diferença parece ser a cadência de ritmo...?
E digo isto, não por ser uma fã incondicional...

...ou será que tal acabou por me toldar o critério?

 


Link do vídeo

- Informação adicional:

É dito que o sucesso desta banda sonora, que não depende só da musicalidade "catchie"  dos Seatbelts, prende-se com a riqueza de sons que vão desde do jazz ao étnico, das melodias ao hard rock.

> The Jazz Messengers

> Cowboy Bebop

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