... mas que raio?
Há coisas que me fazem questionar a sanidade mental de quem as cria...
...e até questionar a minha sanidade mental por vê-las.
Esta, será uma dessas situações.
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Há coisas que me fazem questionar a sanidade mental de quem as cria...
...e até questionar a minha sanidade mental por vê-las.
Esta, será uma dessas situações.
Numa consideração muito pessoal, o Carnaval Português é sinónimo de um imenso caos divertido que convida toda a comunidade a participar e que contagia, sem forçar, todos em seu redor.
É deste caos que eu gosto.
É com este Carnaval que ainda me consigo identificar.
Foi um cheirinho disto que se pode ver hoje na Baixa de Lisboa.
Encabeçada pela malta do Chapitô, foram uns tímidos Caretos que abriram caminho por entre a multidão ao som dos Toca a Andar e sob uma chuva de serpentinas dos espectadores.
Este muito pouco homogéneo e pouco convencional desfile, foi pautado por criançada vestida de espantalhos, joaninhas, fadas, de heróis, no meio de adultos de carantonhas horripilantes que atiravam confétis e papelinhos.
Seguindo uma banda com 8 músicos, muita-muita gente à paisana foi engrossando esta "procissão".
Ora digam lá, se os tipos não são "contagiantes"?
"pa-papapa-ra-ra"
Um outro grupo tocava um "Cheira a Lisboa", desafiando quem os visse passar a fazer coro com eles.
Outro, mais atrás, demonstrava o porquê da fama das sonoras gaitas-de-fole.
Tudo termina no largo do Rossio (Praça D. Pedro IV), num grande bailarico, onde no palco, uma Banda Filármónica tocava ao estilo de Glenn Miller ou das Andrews Sisters e outros "booogie woggie"s do género - ok, talvez não tenham tocado este último, mas teria sido divertidissimo se o tivessem feito. :)
Ninguém ficou indiferente e todos arriscavam uns passinhos de dança.
De tudo, só faltou os "meus" adorados cabeçudos, os "verdadeiros", sabem? Os lá de cima., de Trás-os-Montes.
Admito que em determinada altura, pensei estar a assistir um jogo de Andebol.
E depois admiram-se dos mimos que ouvem dos treinadores de bancada:
- "O gajo está a dormir!
Olhó-o a coçar a ramela!"
- "O fiscal agora é que está a dar à bandeirinha!?!
Só se for para espantar os mosquitos, pah!"
-"Falta?!?
Oh cara%#o! É falta é de jeito. Fod%#e!"
Depois de profundas obras de recuperação, de um trabalho considerável na organização do espólio e muito entusiasmo de quem coordena o local, no próximo dia 25 de Fevereiro irá inaugurar uma renovada Casa-Museu de Leal da Câmara.
Situado em Rinchôa, pretende-se que este espaço esteja aberto a todo o extracto populacional, ou seja, com actividades que não incidam somente no infanto-juvenil.
A Casa está linda!
Numa breve visita deram-me a conhecer algumas curiosidades:
- que os familiares de Tomás Júlio Leal da Câmara (nascido em Pangin - Índia, em 1876) eram apelidados de "Os Bravos do Mindelo";
- que alguns móveis, desenhados por Leal da Câmara, foram encomendados à Casa Olaio (ainda em actividade);
- que Leal da Câmara, mesmo em exílio em Espanha, não era capaz de ficar calado: por escrever o que pensava teve de saltitar até França;
- em Paris (oh L'amour!), deu-se com as altas esferas ligadas às Artes;
- para além de escritor era caricaturista;
- foi retratado por famosos pintores da época;
- casou-se com uma moça 21 anos mais nova e enamorado como estava, tomou como seu emblema dois corações entrelaçados;
- o seu ex-libris representa-o como um bobo da corte que entretém os demais, mas sem deixar de ser um diabrete rechonchudo que usa dois aparos dado ter sempre muito sobre o que opinar.
- que Rinchoa deve o seu nome aos saloios: existia (existe?) uma nascente cuja água ao brotar da terra parecia rinchar (= relinchar).
- que a Casa, anteriormente serviria de poiso a Marquês de Pombal aquando da muda de cavalo nas suas viagens.
É um canto com muita história.
Informações úteis:
Calçada da Rinchoa, n.º 67.
Telf: 219164303
"Uma sociedade construída por ilhas(...)", "ilhas de loucos (...)".
Na galeria Pedro Serrenho em Lisboa, está exposto um conjunto de quadros e uma pequena instalação de Marcela Navascués.
Foi com muita surpresa que me deparei com esta sala, onde pequeninas personagens reluziam no escuro.
Recorrendo à fluorescência, alguns quadros retratavam uma "nova" versão do Princepezinho.
Mas o que desperta ainda mais a atenção, são todos os princepezinhos nas suas ilhas com direito a palmeirinhas coloridas e "N" planetas que pairam à nossa frente, como que por magia.
Estava fascinada a olhar todo aquele arco-íris.
Era um mundo de sonho, como num conto de fadas.
Uma peça muito divertida.
Algumas palavras sobre esta obra por Nuno Cabral - informação disponibilizada na galeria.
"A utilização dos Básicos, personagem utópica e poética (...) despido de vaidades e reduzido à sua expressão mais simples, que representam bem o ser humano na sua pureza e ingenuidade, isolados em ilhas, sejam elas terrenas ou inter-estrelares, fazendo gestos (...) quase sorrindo em Amor, (...) aquilo que muitas palavras não conseguem dizer."
Há coisas que dificilmente perceberei (para não dizer jamais) e esta será uma delas.
Mas que raio está a A.B. a fazer para além de se candidatar a uma valente dor de cabeça?
Só de a ver fico logo assim, oh --->
E o pior é que o nome que rascunhei num papelucho é elegível. -_-''... típico.
Anahita? Anahifa?.... Anatita Bathie? A.B., pronto.
Um filme de A.B. na coleção do Tio "Bernardo" ao som de Born From Pain:
uma clara tentativa de fritar o cérebro.
Bertiandos tem um complexo de zona húmida pertencente à "Paisagem Protegida das Lagoas de Bertiandos e S. Pedro de Arcos" - concelho de Ponte de Lima.
Com alguns pontos de observação de aves, a calma envolvente convida-nos a arrastar-mo-nos entre os seus terrenos de turfa e musgo, salpicados por vermelhos cogumelos.
Caminhos pejados de folhas e ladeados por ribeiros de águas translúcida e cristalina, são verdadeiros túneis verdejantes.
O som é fantástico: a brisa que se ouve entre as árvores mas que não se sente, a água que corre, os pássaros e restante fauna, os nossos passos sobre os diversos pisos.
O ar é tão puro, que os líquenes proliferam um pouco por todo o lado.
Saindo deste pequeno habitat, atravessando a aldeia Bertiandos chegamos a São Pedro de Arcos, com a sua igreja de pedra granítica, com o seu casario recuperado para turismo rural. Sob a sua ponte de pedra, passa um braço de rio Lima (?), de leito em pedra e areia esbranquiçada e macia.
Não fosse tão gélida e a temperatura ambiente pouco dada a "devaneios", pelo menos os pézinhos teria molhado.
Um pequeno paraíso em permanente mutação para (re)visitar em todas as estações.
Findo o primeiro episódio da Vida Privada de António Salazar. O Antoninho...
De inicio um pouco dúbio, o que começou por uma estória que parecia ter caído de pára-quedas, depois do intervalo, pareceu recobrar novo fôlego.
Continuo no entanto ser perceber se é uma série sobre as Vacances ou que as mistura.
Diogo Morgado, uma delicia, Todos estão tão bem (mesmo as caras totalmente desconhecidas para mim), que admiro-me por algo semelhante ter sido feito por nós e sem medos.
Os risinhos, os diálogos, os tiques, as famosas botas, deveras interessante (pena o sotaque de Salazar ser pouco visível).
Um detalhe saltou-me aos olhos: as janelas do seminário deveriam estar todas fechadas, pois na altura estas seriam de guilhotina e não de batente.
Fechadas, daria para disfarçar.
Sempre que ouvia o nome "Cerveira", relembrava-me das conversas de há tempos de algumas anciães:
- "Aquele Cerveira, um malandro! Um canalha!"
Para quem não sabe, este, nos seus discursos vomitava o seguinte:
- "O povo para ser humilde tem de ser pobre".
Isto, para além das suas ideias sobre o papel a desempenhar pela mulher.
Consigo ter a distância suficiente para analisar esta "novela" de forma a vê-la pelo que é: não um documentário nem um filme partidário, mas uma série que tenta pegar um pouco de nossa História e torná-la numa Estória.
Quem quer saber a verdade sobre a ditadura, que estude! Mexa-se e vá às bibliotecas.
Mas já agora, para misturar a salada, que leia também o livro "proibido": "As Férias com Salazar".
Sejam criticos e pensam por vós.
Salazar será sempre um ditador, quer ele acolhesse bem a sua família, quer ele apadrinhasse os massacres. Isso é algo que jamais poderá ser apagado da História e da memória das milhares de pessoas que sofreram directa ou indirectamente na pele.
Mas não falar das coisas, como o impedir a criação do Museu Salazar, é ser cobarde e colocar a cabeça sob a areia.
O certo e sabido é que amanhã, muita tinta vai correr por aí.
Frases que ficam:
- O Fado canta o adormecer da vontade.
Hoje, a nossa televisão presenteou-nos mais uma vez com um Domingo repleto de mediocridade cinéfila. Um dos apresentados foi: "Win a Date with Tad Hamilton!".
Qualquer coisa sobe um trio amoroso - não sei bem, pois a atenção foi distribuída entre diversos e importantíssimos afazeres, nomeadamente a Arte do Bem Vegetar.
Contudo, eis que a meio de um colóquio dorminhoco sobre Vegetanso, um gritinho histérico alastra-se pela sala:
- "Olha-olha!! Olha agora!!!"
Nuns meros 3 segundos, abre-se sobre a nossa televisão um vale imenso, verdejante, rasgado por uma extraordinária construção de ferro: New River Gorge Bridge (EUA).
Esta ponte, construída num vale paredes meias com Babcock State Park, é a maior ponte de veículos dos Estados Unidos, com os seus 267 metros de altura e 924 metros de comprimento.
Também em West Virgina e somente a cerca de 100 km de distância fica o Monongahela National Forest, que por sua vez são "só" 4193 km de Portland que por sua vez fica "apenas" a um oceano e um continente de Portugal.
Um pulinho, portanto. ;_;
Monongahela National Park
Esgravatando mais um pouco, ficamos também a saber que existem saídas organizadas de trekking e de comboio.
Porreiro, pah!
Algumas imagens: AQUI