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smobile

conceitos sob o ponto de vista do observador

smobile

conceitos sob o ponto de vista do observador

Oiço nos directos da TV...

- vezes sem conta: "O Nelson Moutinho está a receber a taça", "Vê-se agora a passar Nelson Moutinho", quando na realidade o moço chama-se João...

 

- vezes sem conta: "Aqui no estádio de Alvalade", enquanto um outro colega jornalista tenta sem sucesso corrigi-lo...

 

- que: "No Marquês de Pombal onde não se verifica incidente, onde o único incidente é o trânsito e onde já se encontram alguns sportinguistas, algumas dezenas, algumas centenas", denotando que o jornalista deve estar um pouco confuso, indeciso, bêbado... ou simplesmente parvo.

 

 

E a procissão ainda só vai no adro, dado que anunciam na TV que "a festa vai continuar".

Isto promete.

 

Assim vai o nosso jornalismo.

 

 

Livre de erros ortográficos.

Lido no Destak de 16 de Maio - Cartas de Leitores por José Almeida

 

"A propósito da situação do lar de idosos de Gandra, disse o repórter da RTP que a Segurança Social teve de intervir "porque nunca OBTEU resposta do proprietário". (...)"

 

 

Com a aprovação democrática do Acordo Ortográfico, é agora que as pessoas vão começar a falar bem e a escrever ainda melhor! Upa-upa!

 

Continuo a considerar estranho que a consolidação de uma língua não passe pelo investimento na Educação mas sim pelo facilitismo ditado por regras económicas, pelas regras dos números e não da qualidade.

 

 

No meio disto tudo, gostava de ter 2%, não! Bastava 1% na minha conta bancária do valor que um punhado de gente ganhou com todo este processo e principalmente com o desfecho do mesmo.

 

 

O Vampiro de Ropraz

Sob contornos de uma estória criminal sem dectectives, o "Vampiro de Ropraz" de Jacques Chessex, aborda de modo pouco dissimulado, por vezes explicito, os pecados sociais: incesto, superstição rural, actos contra-natura, a vingança e crimes de sangue.
 

Uma jovem, Nadine Jordan, personifica o ideal de virtude. Ela é bela e generosa mas de frágil saúde. Num Inverno mais rigoroso, "(...) a tuberculose reacende-se, surge um febre má, a agonia é breve."

Pouco após este fatídico dia, a sua campa é descoberta profanada, assim como o seu corpo.
 

Com detalhes sórdidos, como se de um Jack the Ripper se tratasse, a dúvida instala-se na comunidade. Seria um dos seus inúmeros pretendentes que lhe faziam a corte e que destroçados pela recusa do seu afecto, optaram por esta forma de vingança?

 

A mera dúvida rapidamente se transforma numa caça ao homem pois este repete o seu acto, mais que uma, duas, três vezes.
Desconfiança, acusações entre vizinhos... a Dama de Branco.
Quem sai do "formato" concebido pelo molde social, poderá ser o Vampiro.


Na contra capa diz ser "uma história brilhante".
Este pequeno conto, de estranhos enredos, poderá não ser brilhante (poderei dizer isto de uma obra de um autor premiado???), mas parece-me colocar a descoberto alguma da obscuridade que as regras sociais procuram esconder.

 

>>Maria
(5/10)**

CHESSEX, Jacques, "O Vampiro de Ropraz", Sextante Editora, 2007.

 

Museu de Montmartre, a casa das Artes Gráficas

Montmartre é o nome de uma colina em Paris (cerca de 127 metros de altitude) conhecida por ser o local onde os intelectuais dos movimentos da vanguarda se reuniam outrora (finais do séc. XIX início do XX).

No entanto a sua história remonta aos primórdios do século V d.C. 

 

A Casa-Museu de Montmartre é muito singela.
 

Sediada numa rua estreitinha, as suas portas abrem-se para um pequeno pátio interior.

Este "quintal" de recantos frescos e de ambiente familiar, convida não à contemplação, mas ao descanso.

 

 

 

A Casa apresenta aos seus visitantes os marcos pelos quais Montmartre ficou conhecida: a crise, as festas, a vida boémia de cabaret.

 

O seu espólio é eminentemente gráfico.
As suas paredes apresentam alguns dos mais importantes posters de época, aguarelas que mostram um Montmartre de outrora (de moinhos), a Diva Japonesa, Chat Noir, cartazes do Moulin Rouge, do Lapin Agile, Mirliton, ironias e críticas sociais nomeadamente quanto ao consumo do álcool e do absinto.

 

 

"Parce Domine" (1885) de Adolphe Willette

 

A tela "Parce Domine" (1885) de Adolphe Willette pode ser admirada lá, assim como o escritório de Gustave Charpentier (um senhor desconhecido para mim, mas que terá sido uma grande figura no campo musical).

 

***

 

Algumas informações apresentadas nos painéis explicativos.

 
"Parce Domine" é uma imensa tela que Adolphe Willette (1857-1926) criou para o cabaret do Chat Noir. Mostra uma multidão numa macabra procissão de sofrimento, encabeçada por um Pierrot que comete o suicídio. É uma alegoria da Morte, da futilidade da Vida e dos prazeres frívolos.

 

 


Na década de 60 e 70 do século XIX, assistiu-se a um grande desenvolvimento da publicidade a qual utilizou os cartazes como meio.
Nas décadas seguintes, este fenómeno acabaria por alterar a paisagem urbana. De cores atractivas, os cartazes ganham uma importância cada vez maior, também sendo maior as suas dimensões.

 


"A la place de Clichy" de Chaix (litografia)

 

 

A Indústria ou Cabarets como o Moulin Rouge, Divan Japonais, Elysée Montmatre, Moulin de la Galtte, Trianon recorreram a artistas como Toulouse-Lautrec, Chéret, Grun Théophile Steinlen, Francisque Poulbot.

 

 

"Le lait de la Vingeanne" de Théophile Steinlen (litografia)

 

 

 

 

 

>> Informação adicional:
Musée Montmartre
12, Rue Cortot,
75018 Paris, França
- website: www.museedemontmartre.fr
- entrada grátis 1º Domingo do mês;
- não é aceite o "Passe Museus".
- permitido tirar fotografia SEM flash
.

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