Falar sobre o Horror e o Fantástico
“Gosto muito de ler, gosto muito de aprender”.
David Soares
Na passada Quinta-feira, o autor David Soares esteve no Café com Letras. E foi bom. Muito bom, ainda que o moderador, a meu ver, não tivesse estado assim tão bem: este foi o primeiro a admitir não conhecer o autor e somente ter lido os dois romances mais recentes.
Coisa boa não poderia aí advir tendo em conta todas as valências de D.S.: Banda Desenha, Romance, Crónicas, Contos - este seu último registo, o meu predilecto.
Notas:
- o Fantástico não é um gueto. A questão centra-se da não capacidade de descodificação dos códigos dos quais estes se compõe. A par, trata-se de um mercado pequeno.
- também a ficção científica é uma literatura auto-referenciada, logo, é muito direccionada a um público conhecedor do tema.
- horror = género de ruptura
- as áreas sobre as quais escreve são História, o oculto e o fantástico; pretende que as imagens se cruzem com outras culturas;
- o novo romance, “Batalha”, pretende efectuar uma avaliação da religião a partir dos animais – análise do fenómeno religioso e linguístico;
- a diferença entre o escritor e o historiador prende-se com o facto de ao primeiro ser-lhe permitido especular. Destas especulações podem originar “verdades históricas” interessantes;
- hoje existe uma má apropriação dos mitos pela arte: é a banalização dos mitos; estas histórias, sejam vampiros ou outras criaturas, é somente a introdução do exotismo para apelar à novidade. Isto, não é o Fantástico;
- o constrangimento do apelo ao fantástico, é o elevado grau de abstracção que pode intimidar os leitores.
Aos interessados, um apontamento aúdio sobre o Fantástico e o Horror.
Link do vídeo.