Rui Zink responde
Três questões que são largamente debatidas. Rui Zink, em Anibaleitor chuta-as para canto, com uma limpeza de mestre.
Menino - Fosga-se, ler é bué seca e não tenho tempo porque "a gaja pôs-me down bué devagar" e tenho de ver a Morangada e a temporada três mil do Lost (ou outra novela, perdão, série qualquer "máscula" e muito "moderna e fashion").
"Ler é fazer as coisas acontecerem na tua cabeça! Não é ficar feito ruminante a olhar para uma parede falante!" (...) "Pode parecer o mesmo, pá, mas é exactamente o contrário. Olha-me este..."
(ZINK, Rui, "O Anibaleitor", Lisboa, Teorema, 2010, p. 49)
Pseudo-Intelectual - Ai pobre de mim, não consigo deixar um livro a meio, sinto-me mal, sinto-o como uma derrota. Tenho de forçar a leitura. O poder da mente sobre a vontade! (blabla blá).
"Não tens de gostar de tudo, sabes? Estar disponível é também estar alerta. A tua cabeça não é um caixote do lixo dentro do qual se despejam livros. E se um pastel não te souber bem, vais comê-lo na mesma?"
Idem, p. 68.
Menina - Vou no quinquagésimo volume da Charlaine Harris, "O Sangue Rosa da Orfã Virgem Vampírica", e acho o máximo! É sempre uma surpresa!
"Não há grande mal em muitos livros serem só para entreter. Os piores são os que não passam de hambúrgueres (...)". "O problema é que, se não te pões a pau, ficas destreinado de usar os dentes e, quando te apetece bife suculento a sério, parece-te duro".
Idem, pp. 62-63.