"As inúmeras representações do povo trabalhador são tão antigas

como as representações religiosas, e não raras as vezes coincidem com elas ou acompanham-nas."

in painel expositivo - POVO

No Museu da Electricidade (Lisboa) encontra-se aberta ao público a exposição Povo - até 19 de Setembro.

Nesta exposição podemos:
- participar - existe uma cabina onde podemos tirar uma fotografia sob o lema "Eu faço parte do povo" (algo assim);
- rever personalidades ligadas ao 25 de Abril;
- conhecer a nossa história recente através de um conjunto de filmes repescados à Cinemateca (e não só): é particularmente engraçado ver as discrepâncias de vivências do antigo com o recente, numa contagem temporal de não mais de 50 anos;
- ver peças de artes plásticas de renome;
- apreciar boa fotografia;
- ver peças de artes decorativas do século XVIII e anteriores (algumas da colecção Ricardo Espirito Santo Silva);
- sentir o kitsch e perceber a sua manifestação em Portugal;
- observar "in loco", "Hieronymus Bosch é Mesmo Bom ou As Tentações de Santo Antão na Sociedade de Consumo"...
A lista continua.

Numa apreciação meramente pessoal: adorei esta exposição!

João Abel Manta, José Afonso, Joana Vasconcelos, Jorge Barradas, Allan Sekula, Raul Lino, Rafael Bordalo Pinheiro, Pedro Gomes, são alguns dos nomes "pescados" para retratar um povo e a mistura, que pode parecer caótica, resulta.
Senti-me como a fazer zapping sobre os vários campos da arte, em vários momentos históricos.

A loja da exposição é hilariante e o catálogo, monetáriamente muito acessível (5 "éúróh"), merece ser vislumbrado.
Para não estragar a surpresa, não avanço mais, mas mesmo que não o comprem, peçam-no: irão perceber como ele se enquadra totalmente numa exposição intitulada de POVO.

A não perder é também a projecção existente na sala 8 - "Se isto não é o POVO, onde é que está o POVO!": testemunhos de militares de Castelo Rodrigo, Casamentos de Sto António, Fátima, Feira Popular, Classe Alta, A Guerra, as Raves, o Portugal profundo.
Tirem 15 minutos pois merece ser visualizada na íntegra.

"A vontade de consumir tornou-se um elemento preponderante na definição de um imaginário popular. Há mesmo quem a associe a uma ideia de arte, ao falar do consumo enquanto "arte de uso",assim recusando que se confine o consumidor a um mero receptor de objectos produzidos em série."

in painel expositivo - POVO

Informação adicional:

- Museu da Electricidade, Lisboa

- Exposição: POVO

- 19 JUNHO a 19 SETEMBRO 2010
- 2ª/6ª e Domingos das 10h às 18h; Sábados até às 20h
- Entrada gratuíta

- Deixo um pequena alerta:
De notar que no painel inicial, algumas fotografias estão fora do sitio, não correspondendo à listagem entregue. Ou isso, ou sou totalmente pitosga...

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