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smobile

conceitos sob o ponto de vista do observador

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Ter uma bicicleta por paixão

Piripaico, pipiraico, pinocaito…. Eis um termo que aparentemente somente a equipa do Blogs.Sapo consegue pronunciar (A), mas foi o que efectivamente aconteceu à minha bicicleta.


Ao fim de cerca 17 anos, com um ar apreensivo observava o pneu traseiro a vazar: fffffffffff - o pipo da câmara de ar cedera finalmente à ferrugem e à roda abaulada.


Em Lisboa, numa oficina "à moda antiga" deram-me um diagnóstico que transpareceu os maus tratos que esta foi/ vai sofrendo.

Mas iria estar em boas mãos, tal como o comprovei: pneus novos, substituição de alguns aros (que se danificaram quando as rodas foram desempanadas), travões, buchas, afinação geral.
 

Até à campainha deram um jeitinho. E ela está mais estridente que nunca!

 


É certo que esta bicicleta obsoleta-citadina-de-menina pesa cerca de 20 quilos, não tem suspensão, só trava convenientemente se recorrermos aos pés no asfalto (o sistema de travões, que agora já os tem novamente, é de abrandamento), que nas subidas os seus 20 quilos rapidamente ultrapassam as 20 toneladas e que não foi feita para os percursos (mesmos os mais simples) de BTT.


No entanto, é por esses mesmos caminhos que a levo, a achincalhar por todo o lado enquanto abre caminho pelas ervas ou aos trambolhões dentro do carro.
Nas descidas há poucas que a apanham, principalmente quando desce sozinha...
 

Acredito que a escolha duma bicicleta deva ser tão cuidada como se tratasse da compra de um carro: devemos ter em consideração não somente o uso a dá-la mas se esta irá adaptar-se a nós.


Jamais uma BTT com as suas gigantes e incontroláveis rodas poderia alguma vez servir-me por muito leve que fosse: ao primeiro salto só pararia em Sagres e/ou num centro de saúde.
 

 

Em conversa com o Sr. Fernando, chegamos à brilhante conclusão que as bicicletas actuais são todas iguais. Mesmo as de escalão elevado - as levezinhas .

Daí por vezes, algumas companhias "re-editarem" alguns modelos antigos, mas melhorados - no entanto, são poucos aqueles a que lhes podem chegar. :(
 

As de criança (até aos 14 anos), são pequenas (roas de 16) mas também têm o mesmo "problema" do peso.

Existe muita oferta. Mas é tudo do mesmo.

 

Ai que saudades da BMX de outrora: recordam-se das vermelhinhas e/ou amarelinhas com as esponjas à frente? Mas, mais uma vez, o factor peso.

 

 

- sem gadgets que só atrapalham caso se danifiquem (como as mudanças) e que nos deixam apeados.
- sem parafusos que requerem uma bolsa especializada de chaves de fendas.
- com uma corrente de simples colocação e que só salta quando o bicicleta vai aos trambolhões dentro do carro.
Por tudo isto, recuso a delegar a minha relíquia para um canto.

 


As crianças, adoram-na. Basta virar costas para um rápido café para logo ouvir um “ding-ding” proveniente das minhas 2 rodas.
Nem me importo.
 


Vale-me o Sr. Fernando de Lisboa e do seu divertido sorriso perante a pintura personalizada do meu calhambeque de duas rodas.

 

PS - depois do estilo preto-e-branco à la Pollock, vou para o azul-e-branco à bata de dona de casa.