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smobile

conceitos sob o ponto de vista do observador

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conceitos sob o ponto de vista do observador

O Tio Alfredo conta uma história

"- Assustámo-lo!? - exclamou Pete. - E que pensas que ele fez a mim?

- O efeito natural dos sons sobre o susceptível sistema nervoso - disse Jupiter. (...)"

in HITCHCOCK, Alfred, "O Segredo do Castelo do Terror", Lisboa, Livraria Clássica Editora, 1964, 2ª edi., p. 67.

 

O ti' Alfredo Engate do Galo, é um espectáculo.

 

Ilustrações de José Cambraia.

Crenças na Páscoa, do cristão ao pagão

"Maço, marçagão,
pela manhã rosto de cão, à tarde Verão."


"Nasce a erva em Março,
ainda que lhe deêm com um maço."

 

(Couves)

"É na quadra que liga os Ramos à Páscoa que se observam, um pouco por todo o país, alguns costumes (...)", "um deles consiste em não se comer couves na Quinta-Feira Santa, em virtude de "Nosso Senhor nesse dia se haver escondido num couval." Em certas localidades, evita-se também ir às horas."

in BARROS, Jorge, COSTA, Soledade Martinho, "Festas e Tradições Portuguesas: Março e Abril", Rio Tinto, Círculo de Leitores, 2002, p. 21.

("Amentação das almas")

"Tradição mantida desde há séculos pelas gentes da Lajeosa (Tondela, Beira Alta) e das localidades vizinhas (Vinhal, São Gemil, Teomil), a "amentação das almas" significa um ritual cristão destinado a recordar e também a pedir, durante a Quaresma, pelo eterno descanso dos defuntos. Transmitido e cumprido com a mesma fidelidade, respeito e devoção de pais para filhos, um grupo constituído por sete elementos (homens e mulheres) meio encapuçados, numa imagem de total secretismo, reza até noite avançada orações em verso (onde descreve a vida de Cristo), repetindo os cânticos em sete encruzilhadas da aldeia."

Idem, p. 39.


 

("Serração" ou "serragem da Velha")

"Alusão provável ao final do Inverno, com a chegada da Primavera, patente noutras manifestações do calendário cíclico religioso/ pagão (os Árabes chamam aos setes dias do solstício do Inverno os "sete dias da velha", enqanto Gil Vicente, no Triunfo do Inferno, representa o Inverno como "a velha"), esta função terminava com a queima da boneca, antecedida da leitura de um "testamento", quase sempre em verso (apelidado "carriço" em Viana do Castelo), no qual a velha doava, a uns e a outros, os seus "legados", sempre condizentes com a crítica social e brejeira dirigida aos residentes da localidade, que participavam (ou não) no ritual da queima."

Idem, pp. 59-60.

(As pulhas)

"Em tempos recuados, competia aos farricocos a tarefa incómoda de "lançar as pulhas", ou seja, de divulgar ou caluniar publicamente os mais íntimos segredos de cada família, a coberto da escuridão e do disfarce, atingindo indistintamente quem calhava. Outras vezes, após a procissão espalhavam-se pelas ruas, noite adentro, causando medo a quem com eles se cruzava. (...)"
"Na origem pagã, estes homens tinham por missão anunciar às pessoas, pelas ruas, utilizando matráculas, a passagem dos condenados, relatando os crimes por eles cometidos."

Idem, pp. 88-89.

 

(Ovos)

"Associado à doçaria tradicional da Páscoa, o ovo - também ele símbolo da fecundidade e da abundância - representará, por outro lado, a eventual homenagem à nidificação, verificada nesta época do ano, quando as aves terminam a construção dos ninhos, chocam os ovos ou alimentam os filhos.
Personificação do começo da vida, terá ainda o seguinte significado: a casca - a Terra; a parte interior - o ar; a clara - a água; e a gema - o fogo, mas também poderá simbolizar, num sentido mais religioso, Cristo que venceu a Morte ainda do túmulo."

Idem, pp. 142-144.

 

 

 

 

E muito mais em BARROS, Jorge, COSTA, Soledade Martinho, "Festas e Tradições Portuguesas: Março e Abril", Rio Tinto, Círculo de Leitores, 2002.

Uma recolha de cultura popular que desmitifica a Páscoa de hoje.

Ferdinand Von SCHIRACH, advogado.

"A mais importante regra para um advogado de defesa numa inquirição de testemunhas é não fazer perguntas para as quais ele não conhece as respostas. (...)"

in SCHIRACH, Ferdinand Von, "Crimes", Alfragide, D. Quixote, 2010, p. 109.

 

"Lenzberger só tinha quatro registos no cadastro, mas trouxera um taco de basebol de metal novinho em folha. Em Berlim são vendidos quinze vezes mais tacos do que bolas". Idem, p. 115.

 

"Existem várias espécies de canibalismo. As pessoas comem outras pessoas por fome, por motivos rituais ou precisamente por causa de graves perturbações da personalidade que frequentemente têm uma conotação sexual. Patrik pensava que Hannibal Lecter foi inventado por Hollywood, mas ele existe desde tempos imemoriais.(...)".

"Na história do Direito Penal podemos encontrar inúmeros exemplos de casos inacreditáveis". Idem, pp. 169-170

 

Desde os que acreditam no Juízo Final sob a alçada de ovelhas aos que são perseguidos pelo espinho de uma estátua num Museu onde trabalha - terminando na sua destruição; crimes de ódio, de "sangue", de faca e alguidar, por amor, por ciúmes, delinquentes juvenis que não percebem que de predadores podem facilmente tornar-se a presa...

Estas pequenas histórias não são um chorrilho de criminosos nem a ilibação dos seus actos. Estas mostram o que levou às suas acções.  Mostram sobretudo uma Alemanha diferente e relembram a sabedoria popular: "- Não julgues pela aparência".

 

Mais um documento interessante, para quem tiver curiosidade no tema sobre o comportamento humano.

 

 

SCHIRACH, Ferdinand Von, "Crimes", Alfragide, D. Quixote, 2010.

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