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smobile

conceitos sob o ponto de vista do observador

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conceitos sob o ponto de vista do observador

Cone de Sombra | Linha de Luz

"No espaço que as obras de Maria José Oliveira agora ocupam aconteceram coisas que ninguém se lembra já de ter vivido, mas que sabemos por documentação, e adivinhamos por intuição: aconteceu calor e morte (...)"


"(...) aí, alguns operários, afinal privilegiados, alimentavam e manobravam esses gigantes de aço. Mas em  baixo, no exíguo espaço dos Cinzeiros onde nos encontramos, outros operários, menos qualificados, recolhiam as cinzas que resultavam das terríveis combustões, carregavam com elas os vagões e empurravam-nos para o exterior, onde as temperaturas podiam ser quase negativas, onde a chuva e o vento se abatiam sobre os seus corpos escaldantes."

 

in folheto da exposição: João Pinharanda, "Sinais de Fogo"

Sala Cinzeiro 8 - Museu da Electricidade, Lisboa

 

 

# Proteja e respeite as obras, NÃO utilize o flash da sua máquina fotográfica.

A Mega FM droga-se

Oiço na rádio Mega FM que podemos inscrever-nos para ganhar um bilhete para o Big Brother.
A locutora, entre risos (com certeza de alguma piada que me escapou) diz que é um concurso a fingir e que, claro, é só pela participação, "até porque o Big Brother já terminou".

Mas ainda assim apela à inscrição em massa: quanto mais SMS enviarmos, mais hipóteses temos de concorrer ao concurso fictício, mas que não faz mal, porque é só para brincar, pela participação.

 

- E passa para cá 60 cêntimos+ iva por cada SMS, termino eu entre dentes.

 

 

Sei que a RFM é um das que tem concursos semelhantes, mas ao menos essa faz MESMO um concurso para participar, divertido, não muito parvo e que promove a interacção entre os ouvintes.

 

Depois de ouvir em loop a música da Shakira "Waka-Waka", a Beyonce e a "famozérrima" dos Muse, sinceramente, hoje risco a Mega por uns tempos dos meus ouvidos.

 

Irra, minha rica RADAR.

Ain’t that a cool song

Num tom saído do baú dos 70’s, é impossível ficar indiferente ao single “Why don’t you love me” the Beyonce.

 

O vídeo clip, com as suas pin up girls domésticas, é de autoria de Melina Matsouskas (Bee Z). Fiquei surpreendida por ser a mesma do colorido clip Rude Boy de Rihhana – sempre acreditei que este tivesse vindo de UM director ligado ao street art (ou algo assim…).

 

De qualquer forma, “Why don’t you love me” é neste momento, a minha música de Verão.

 

 

Link do vídeo.

 

Legend - a Lenda da Floresta Negra

"Os sonhos da juventude, são os arrependimentos da maturidade".

- Lord of Darkness, in Legend, 1985

 

 

Sinto-me feliz: A Lenda da Floresta Negra faz finalmente parte da minha cinemateca.
(que nome tão pomposo para o meu humilde punhado de filmes de gostos tão "estonteantes" que vão do Jackie Chan ao David Bowie, do Monstro do Pântano ao Shinning).

Ao rever Legend, salta-me à mente uma miscelânea de clichés presentes em tantos filmes: a gruta do sacrifício em Indiana Jones 2, o demónio HellBoy, a cena final dos amantes de Lua Nova (as xaropadas que eu vejo...), a fotografia no imaginário de The Fall, a gruta de colunatas com desenhos intricados em The Lord of the Rings,  as pinturas pre-rafaelitas, as portas e a sala do filme The Haunting, as cenas quotidianas retratadas nas pinturas holandesas.

Identifiquei mais duas cenas muito familiares mas que, infelizmente não me recordo de onde...

 

Pequenos pormenores marcam a diferença: o relógio de cuco e o lenço branco bordado são lindos, os gnomos com os seus metais, os brilhantes da fada.

 

Acredito que se o protagonista (que parece um Peter Pan) não tivesse sido um actor de inicio de carreira, Legend teria um outro brilho e força. O giraço Tom Cruise, no tempo em que ainda tinha os dentes desalinhados e os heróis andavam de pernoca ao léu, é totalmente suportado pelas figuras secundárias.

O pequeno elfo (David Bennent, uma criança na altura), a fada "pseudo" sininho, o maravilhoso Tim Curry (faço uma respeitosa vénia) na pele de um mui assustador Chifrudo e claro, a personagem que sempre me fascinou:

 

- a criatura repugnante do pântano de seu nome Meg Mucklebones (é das poucas cenas onde Tom Cruise mostra a sua arte).

 

 

Há ainda a mencionar que a BSO conta com a participação de Bryan Ferry - Is Your Love Strong Enough (^^,) - clip AQUI

 

link do vídeo

Marketing New Age

Um homem perdeu a mulher num acidente e vê-se envolvido numa conspiração empresarial relacionada com as novas tecnologias, aka, internet (compras, vendes, serviços e afins)

Este será um modo simplista (ainda que verdadeiro) de descrever um livro de acção maçadora. "Boring", recorrendo ao estrangeirismo em voga.

A sua mais valia é a profunda reflexão e o desejo despertado em saber mais sobre a temática relacionada com a interacção dos utilizadores com a internet e como tal (pode) afecta o nosso metabolismo.
Parte disto, poderá justificar o aparente horror ao verdadeiro ócio, ao simples prazer do "não fazer nada".

Matt RICHTEL faz um apanhado muito mordaz. Eis um:

 

"Faziam parte da geração da "lista das coisas a fazer" - indivíduos que queriam experiências novas, umas atrás das outras, (...)"Gostavam era de cortar um item da lista, gostavam de ter feito."

RICHTEL, Matt, "Viciado", Lisboa, Dom Quixote, 2007, p. 135

 

 

Quantas e quantas vezes ouvimos dizer: "não posso viver sem telemóvel/ internet"?
Palavras como vicio, adrenalina, entusiasmo, são as bases desta romanceada reflexão que mistura a neurociência ao serviço do marketing (agressivo).

Medidas como programas de desenvolvimento da internet e facilitá-las gratuítamente ou a título irrisório a toda a população, são defendidas por algumas personagens. Não pelo seu carácter benemérito, mas por ser considerado o negócio do futuro: através de programação, estimular o público ao consumo - basicamente, a eterna teoria da manipulação.


O tema não será novo: o mesmo foi abordado e ampliado aquando do boom da televisão: recordam-se dos X-Files?

Tútú-tútú-rúrúúú

 

 

RICHTEL, Matt, "Viciado", Lisboa, Dom Quixote, 2007.


"Ao mesmo tempo, Kindle e os seus amigos não perdem os lucros de vista, e crêm que os ganhos surgirão quando as pessoas começarem a usar os gadgets para comprar produtos e serviços através da Internet (...)". "O slogan deste conceito poderia ser: liguem-se primeiro, cobrem depois."

"Viciado", p. 142.


"Ou seja, o grau de prazer que obtêm através do computador equivale a uma pura experiência física." (...) "Lembrem.se que a essência de ganhar dinheiro na Internet não é apenas conseguir juntar a maior quantidade possível de olhos. Isso já falhou e as empresas dot com foram à falência. O importante è mantermos os potenciais clientes interessados, proporcionando-lhes uma experiência altamente intensa e interactiva".

"Viciado", p. 306.


"Psicólogos de todo o país dão conta de um aumento no número de pessoas que se declaram "viciadas" em computadores e no uso da Internet. Tal fenómeno - que leva as pessoas a surfar compulsivamente na Internet, a verificar o voice mail e a utilizar o telemóvel, com frequência ao mesmo tempo - foi anteriormente considerado um acto de escolha livre."

"Viciado", p. 346



"Igualmente não comprovado é o aparecimento do que alguns psicólogos consideram um nova série de casos de extrama adição a computadores (...). "Esta "doença" provoca a execução compulsiva e frequente de múltiplas tarefas, bem como a necessidade urgente de preencher a vida com estímulos ou distracções. Os "pacientes" sentem-se aborrecidos quando não têm nada para fazer e procuram desesperadamente qualquer actividade, um objectivo, nem que seja discutir - o tipo de tendência emocional a que os psicanalistas freudianos chamam drama."

"Viciado", p. 347

Comic Strip: publicidade inteligente

Bélgica, para além do seus chocolates e pelos casos de pedofilia é também conhecida por ter como capital Bruxelas, o centro de banda desenhada por excelência. Tal estatuto terá sido conseguido quiçá a muito marketing e ao seu embaixador "fofinho" de carácter higienizado, o jovial Tintim.

Nem o estonteante cheiro nauseabundo que se liberta do metro ou dos cantos das ruas (ou não fossem os seus habitantes tão fãs da bejeca) conseguem encobrir o cheiro a BD que se sente neste local.
Espalhados pela cidade, podemos facilmente tropeçar em gigantes murais dedicados a esta Arte.

Iniciada em 1993, tornou-se já incontornavel percorrer a "Comic Strip Tour" e será absurdo não o percorrer.

Estes têm razão ao afirmar que: "People following it can therefore take a nice stroll and discover Brussels in a different manner".

 

 

Informação:

Brussels Comics

Brussels International